Oh, céu!
Pode chorar!
Derrama seu choro.
Encha os rios.
Lave as ruas da cidade.
Encha de alegria a vida sertaneja.
Lave minh'alma.
Chore até secar seu estoque de lágrimas chuvosas.
E assim, permita-me ver seu corpo.
Esse corpo azul que, se envergonhado, esconde-se nas nuvens.
E que à noite me banha com a luz de suas estrelas.
Chore, céu.
Pode chorar.
Também chorarei com você
E por você.
Sou baiano, estudante, jovem, brasileiro, revoltado, crítico, alto, mestiço, do sexo masculino, apaixonado pela medicina, pela humanização, por amor, por minha família, por meu país e por muitas outras que creio que não seja impossível de imaginar ou supor. Enfim. Tente compreender minhas causas e caso concorde com as mesmas, revolte-se comigo. Caso contrário, respeite-as.
terça-feira, 6 de agosto de 2013
sábado, 11 de maio de 2013
Tempestade
Acordei
Comi
Vi
Mas não cri.
A realidade mais crua
Mais exata e cruel:
Uma nuvem que jamais vira em meu céu.
Ou será aquela coberta em seu véu?
Lutei
Briguei
Chorei
Até que a fonte das minhas lágrimas sequei.
A tempestade corria solta
Dei liberdade a ela
Alimentei um monstro.
Acordei no outro dia.
Enquanto fingia que comia
Minha comida fria,
Lá no mesmo céu eu via.
Aquela nuvem que outrora me assustava,
Não assusta mais.
Descobri que na minha vida ela estava.
E dela não sai mais.
Quero que a vejam.
Quero que a respeitem.
Mas enquanto não mostrar,
Não terão palavras para cravar.
Assim se acaba a tempestade,
Ou começa-se outra.
A Alma da Panda
Era uma vez uma Panda que estava à procura de seu Ying-yang de suas belas cores duais.
A lua, por sua vez, agraciada com a busca da Panda, lhe dá de presente uma estrela-guia, para que sua Pandinha não se perdesse do caminho do equilíbrio.
Esse estrela-guia tem uma cor: azul, da cor de sua alma.
A lua, por sua vez, agraciada com a busca da Panda, lhe dá de presente uma estrela-guia, para que sua Pandinha não se perdesse do caminho do equilíbrio.
Esse estrela-guia tem uma cor: azul, da cor de sua alma.
domingo, 21 de abril de 2013
Basta!
Basta uma palavra.
Quem dirá a de uma vagaba!
Basta uma trança de um rasta.
Não basta um "Basta!".
Basta um dia.
Basta aquele grito que ardia.
Aquele mesmo grito que ainda arde.
Preso na garganta do covarde!
Basta um artista,
mas não basta um pacifista.
Basta aquela gente descente
que cresce em número e gente.
Nossas causas não têm vez.
As de Xuxa talvez.
As do Nordeste nem se ouve falar,
pois não é bom de se ouvir em pleno jantar.
Basta de nossa riqueza.
Riqueza de pobreza.
Riqueza de mazelas
e uma riqueza infinita de favelas.
Basta de só gritar "Basta!".
Basta de por a culpa só na política já gasta.
Basta de esconder suas culpas.
Basta de desculpas.
Quem dirá a de uma vagaba!
Basta uma trança de um rasta.
Não basta um "Basta!".
Basta um dia.
Basta aquele grito que ardia.
Aquele mesmo grito que ainda arde.
Preso na garganta do covarde!
Basta um artista,
mas não basta um pacifista.
Basta aquela gente descente
que cresce em número e gente.
Nossas causas não têm vez.
As de Xuxa talvez.

pois não é bom de se ouvir em pleno jantar.
Basta de nossa riqueza.
Riqueza de pobreza.
Riqueza de mazelas
e uma riqueza infinita de favelas.
Basta de só gritar "Basta!".
Basta de por a culpa só na política já gasta.
Basta de esconder suas culpas.
Basta de desculpas.
sexta-feira, 19 de abril de 2013
Mestiço
Eu índio
Tu índias
Ele índia
Ela também índia
Nós indiamos
Vós indieis
Eles indiam
Elas também indiam
Sou Brasil, logo negro
Sou Brasil, logo branco
Sou Brasil, logo amarelo
Sou Brasil, logo índio
Sou Brasil, logo MESTIÇO.
Tu índias
Ele índia
Ela também índia
Nós indiamos
Vós indieis
Eles indiam
Elas também indiam
Sou Brasil, logo negro
Sou Brasil, logo branco
Sou Brasil, logo amarelo
Sou Brasil, logo índio
Sou Brasil, logo MESTIÇO.
sábado, 30 de março de 2013
O Muro, a Lágrima e a Argamassa
Chegar ao ponto de descobrir quem você é exige uma construção diária no seu muro da verdade.
Fatos nem sempre são suficientes para encontrarmos nossa essência, uma vez que nem sempre damos a devida importância a certos acontecimentos cotidianos que classificamos como normais e meramente... cotidianos. Dada a devida negligência aos fatos, construímos uma mansão-mente protegida por uma murada-corpo sem a argamassa.
Há quem chame essa argamassa de deus, de deuses, de vida, de alma, de amor. Mas aqui se chama verdade. A preparação pode ser simples ou, dependendo do obreiro de sua vida, tem alguns atrasos na obra. Enfim.
Como fazer?
Cimento? Água?
Nada disso. Sua argamassa tem que ser rija o suficiente para que qualquer um que queira invadir sua mansão-mente esbarre no muro e encare a argamassa. Há quem queira trocá-la por outra. Trocar por uma que condiga com o padrão das argamassas das mansões-mente da elitizada vizinhança.
Mas como pode? É minha argamassa! Eu a preparei sozinho!
Mentira! Tive um auxílio.
A única ajuda veio dos meus olhos.
Deles caíram as lágrimas que emulsificaram a argamassa que mantem fortes meu muro-corpo e minha mansão-mente.
A elas eu escrevo na minha dedicatória e despedida.
Era uma vez...
Era uma vez um menino com um molho de chaves copiadas.
Era uma vez o dono das chaves originais.
- Mas como esse menino conseguiu tais chaves? Questiona o leitor curioso.
- Oxe! O dono deu, ué! Respondo tranquilamente.
Era uma vez uma sala.
Era uma vez o dono dessa sala: o mesmo dono das chaves.
A sala era grande como a mente humana.
Lá há muitas gavetas.
Era uma vez uma gaveta com um documento e um cadeado.
Era uma vez muitas gavetas.
- Isso mesmo, leitor curioso! Cada chave abre uma gaveta! Exclamo.
- Mas como saber qual chave abrirá a gaveta que desejar? Replica o leitor.
- O dono sabe.
E para-se na minha tréplica.
Era uma vez uma vez
Era uma vez muitas vezes.
Eram muitas vezes que os cadeados foram abertos.
E as gavetas também.
Eram muitas vezes que os cadeados foram abertos.
Mas as gavetas ainda estão fechadas.
E os documentos inexplorados.
Era uma vez o dono das chaves originais.
- Mas como esse menino conseguiu tais chaves? Questiona o leitor curioso.
- Oxe! O dono deu, ué! Respondo tranquilamente.
Era uma vez uma sala.
Era uma vez o dono dessa sala: o mesmo dono das chaves.
A sala era grande como a mente humana.
Lá há muitas gavetas.
Era uma vez uma gaveta com um documento e um cadeado.
Era uma vez muitas gavetas.
- Isso mesmo, leitor curioso! Cada chave abre uma gaveta! Exclamo.
- Mas como saber qual chave abrirá a gaveta que desejar? Replica o leitor.
- O dono sabe.
E para-se na minha tréplica.
Era uma vez uma vez
Era uma vez muitas vezes.
Eram muitas vezes que os cadeados foram abertos.
E as gavetas também.
Eram muitas vezes que os cadeados foram abertos.
Mas as gavetas ainda estão fechadas.
E os documentos inexplorados.
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