De penugem já branca.
Que não é de vida longa,
mas de marcas de saúde manca.
Mama tem uma ninhada.
Ninhada de uma só prole.
Vivem juntas numa sacada.
Num arranha-céu em Bangalore.
Mama está doente.
Voa periodicamente ao pombo-pajé.
Nasce uma árvore em seu ventre
que a dói mais que um pontapé.
Pompo-pajé é inteligente.
Pombo-mor lhe deu um dom.
Cura muito pombo doente,
pois pombo-pajé é um pombo bom.
Mama e árvore não podem conviver.
Brigam duas almas por um só corpo.
Cada qual quer sobreviver.
Aplicando o seu máximo esforço.
Chega o dia final.
A briga chega enfim a um fim:
morre animal e vegetal.
Uma briga fatal.
Como se de camarote,
a prole de Mama observou tudo.
Viu que não tinha sorte.
Não tem mais mãe nesse mundo.
Mãe-Natureza revelou uma coisa
que nem pombo-pajé mesmo sabia.
Árvore sempre viveu a custa de alguma coisa.
E sem essa não sobreviveria.
Morre pássaro.
Morre árvore.
Vazia fica um jarro.
Vazia fica outra árvore [arranha-céu].